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Na moda, na arquitetura, nos meios de transporte ou na construção civil. Não importa: a sustentabilidade não é mais uma simples tendência de mercado – ou ainda uma mera palavra vazia dita aos montes. Pelo contrário, é ela quem rege algumas regras do consumo atual.

Os números deixam claro: 67% dos consumidores do mundo tentaram causar um impacto positivo no meio ambiente por meio de ações cotidianas somente em 2021.

Do outro lado, cerca de 78% dos profissionais acreditam que as mudanças climáticas afetarão a demanda do consumidor, alterando seus comportamentos, necessidades e preferências. Os dados são do relatório “10 principais tendências globais de consumo de 2022”, desenvolvido pela Euromonitor com base em pesquisas a nível mundial.

Nesta mesma toada, a nível nacional, 86% dos brasileiros desejam reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza, segundo uma pesquisa de 2021 do Instituto Akatu em parceria com a GlobeScan.

No meio disso tudo, uma área – cuja expectativa de faturamento no ano passado era de R$ 215 bilhões – também tem um papel importante na sustentabilidade: a gastronomia.

Desde o fornecimento de insumos até o descarte de cápsulas de café, o ramo de alimentos e bebidas – dentro ou fora de casa – tem trabalhado com iniciativas e soluções que vão de encontro com práticas sustentáveis, ajudando na construção de um futuro mais consciente, e exigindo mudanças no nosso jeito de produzir, consumir e de viver. Com isso, a sustentabilidade na gastronomia vai de uma ponta a outra.

Descarte de alimentos: lixo para uns, oportunidade para outros

Diariamente, alimentos com pequenas imperfeições, próximos da data de validade ou que não foram consumidos ao longo do dia param diretamente nas latas de lixo. Anualmente, os números são preocupantes: a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calcula que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas por ano no mundo – cerca de 1/3 do que é produzido globalmente.

Tais dados pesam diretamente na economia, pois tal desperdício gera uma perda anual de US$ 1 trilhão, segundo a World Food Program (WFP) no Brasil. Então por que não aliar a tecnologia para atenuar um problema atual?

Foi assim que surgiu a Food to Save, foodtech brasileira que já evitou o descarte de 50 toneladas de alimentos em cerca de um ano de operação.

“Nossa solução é atuar na etapa final da produção, dentro do estabelecimento: antes de ocorrer o descarte, antes de chegar a um nível em que ele não é mais consumível, nós criamos uma sacola surpresa e comercializamos o produto com desconto”, explica Lucas Infante, CEO e cofundador da startup.

Atuando hoje nas regiões da capital paulista, Grande ABC e Campinas, o negócio é como um marketplace que conecta estabelecimentos do ramo alimentício que possuem excedentes de produção a usuários que potencialmente estão engajados na luta contra o desperdício.

Em suma, a Food to Save vende sacolas surpresa com refeições salgadas, doces ou mistas por meio de take-away e delivery com descontos de até 70% – o preço médio das sacolas é de R$ 15,90.

O brasileiro Lucas Infante, criador do projeto, mora na Espanha e possui uma franquia de um mercado de bairro de origem francesa, fator que o fez enxergar de maneira diferente a questão da oferta e da demanda de alimentos, assim como o alto grau de desperdício do dia a dia.

“O excedente de produção, aquilo que sobrava no final do dia, não tinha vazão, rendia um prejuízo financeiro e gerava um impacto ambiental tremendo”, diz Infante. “Esse cenário me chamou muito a atenção a ponto de eu mergulhar no assunto e ver a oportunidade de construir algo com tecnologia e propósito”.

No primeiro mês de funcionamento, em maio de 2021, a startup vendeu 127 sacolas. Em menos de doze meses, fechou o ano com 50 mil sacolas vendidas e, atualmente, tem uma base de 150 mil usuários e 340 parceiros, que incluem a padaria Bella Paulista, a rede Manai Gastronomia e o Rei do Mate em São Paulo.

Desde junho de 2020 está em vigor a Lei 14.016, que autoriza restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos dedicados à produção e ao fornecimento de alimentos, a doarem excedentes próprios para o consumo. A lei dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e isenta o doador e o intermediário de responsabilidades após a primeira entrega do produto.

Para que se enquadre na lei, os alimentos in natura, industrializados ou refeições prontas devem estar dentro do prazo de validade e nas condições de conservação; não deve ter comprometidas sua integridade e segurança sanitária; e suas propriedades nutricionais devem estar mantidas – ainda que tenham sofrido dano parcial ou apresentem aspecto comercialmente indesejável.

A legislação também vai de encontro com o que a Food to Save propõe, que, de acordo com Lucas Infante, permite mudar a mentalidade do empresário do ramo alimentício, uma vez que o Estado garante que possa haver doação e há certas isenções em relação à responsabilidade do produto.

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